sexta-feira, 11 de junho de 2010

Sessão comunitária da Câmara faz um ano sem resultados ( Pastora Simone Paim)

Sexta-feira, 11 de Junho de 2010 16:02 Reportar erro Comentários(1) Marta Ferreira e Denis MatosJoão Garrigó
Próximo ao conjunto Marta Guarani, ao lado da Vila Nasser, há um terreno que virou lixão e ponto de entulho.
Criado um ano atrás, em junho de 2010, um projeto da Câmara de Vereadores de Campo Grande realizou sessões para ouvir a comunidade em 10 localidades da cidade. As chamadas sessões comunitárias não tem votação e prometem ouvir e encaminhar as reivindicações da população.
Um ano depois, porém, em dois dos maiores bairros visitados pelo Campo Grande News , a população diz que não houve resposta efetiva às solicitações.
O bairro Universitário, na saída para São Paulo, foi o primeiro a receber as sessões comunitárias, no dia 5 de junho de 2009, quando estiveram na Escola José Barbosa Rodrigues 11 parlamentares.
Mais de um ano depois, os moradores ouvidos pela reportagem dizem que nenhuma das propostas e reivindicações apresentadas durante a sessão foi atendida. Entre elas estavam a ampliação do Ceinf, o alargamento da rua Elesbão Murtinho, que corta todo o bairro, a instalação de redutor de velocidade na avenida Gury Marques, a implantação de passarela para travessia da mesma avenida, considera perigosa, e a abertura de uma escola municipal para atender as crianças do bairro.
O presidente da associação de moradores, César Billerbeck, diz que o principal pedido foi o redutor de tráfego (lombada eletrônica) na avenida Gury Marques, próximo ao terminal Guaicurus, pois a escola municipal que atende as crianças do Universitário fica no bairro vizinho. “Elas tem de atravessar essa avenida, sem sinalização, o que é muito perigoso. Também pedimos uma passarela para facilitar, mas até agora nada”, disse.
O Ceinf do bairro passou por uma reforma e ganhou uma sala nova. A sinalização horizontal na rua Elesbão Murtinho não chegou ainda, assim como o alargamento da rua. Sem escola municipal (de ensino fundamental), as crianças continuam a estudar no bairro vizinho e tem de atravessar a avenida sem sinalização para pedestres.
“É muito ruim atravessar a avenida, os carros correm muito. No ano passado morreu uma mulher logo ali, tentando atravessar”, lembra Letícia Santos da Silva, 13, que voltava para casa com a irmã Isabela Santos da Silva, 8 anos, na manhã de hoje.
A dona-de-casa Márcia Gomes Gonçalves, 27 anos, também cuidava os carros para atravessar, após buscar na escola o filho Pedro Henrique Gonçalves, de 5 anos. “Morro de medo que ele tente atravessar isso aqui sozinho. As pessoas não respeitam e correm muito”.
A escola fica próxima à sede da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito).
O presidente da Associação de Moradores diz que espera que agora os vereadores voltem novamente ao bairro, para ouvir as reivindicações. “Tá chegando o período eleitoral, né?”, lembrou.
Vai continuar - O presidente da Câmara dos Vereadores, Paulo Siufi (PMDB), confirma que as sessões comunitárias vão continuar durante o período eleitoral, mesmo havendo na Casa vários pré-candidatos. “O trabalho da Câmara segue normalmente”, afirmou.
Diferentemente dos moradores do Universitário, ele tem uma avaliação positiva dos resultados. Segundo ele, todas as reivindicações feitas viram indicações coletivas dos 21 vereadores e são encaminhadas à Prefeitura. “Isso garante maior peso”.
Siufi cita como exemplo de bons resultados o bairro Cophasul, que recebeu uma sessão comunitária em agosto do ano passado. “A maioria das reivindicações foram atendidas”, afirma, sem especificar
O Campo Grande News foi ao bairro e o que ouviu foi diferente. No bairro, estiveram presentes 11 dos 21 vereadores que atenderam a população no dia 19 de agosto de 2009.
Dentre os pedidos da população de nove bairros ao redor do Coophasul, várias solicitações de recapeamento e pavimentação asfáltica, revitalização de praças e Ceinf’s (Centros de Educação Infantil) e mais projetos sociais nos bairros.
As principais demandas continuam sem ser atendidas. O CRAS (Centro de Referência da Assistência Social) da Vila Nasser, um dos pedidos das lideranças comunitárias, continua sem a revitalização. Com mato alto em sua fachada, parece abandonado.
Próximo ao conjunto Marta Guarani, ao lado da Vila Nasser, há um terreno que virou lixão e ponto de entulho. O assunto foi pauta durante a sessão comunitária, com a promessa de que seria resolvido.
No local, vários entulhos e sacos com carniça de animais mortos podem ser vistos. A aposentada Idelina Rodrigues de Amorim, 53, mora em frente ao terreno e contou que tem de enterrar os restos de animais que ali são jogados, para acabar com o mau cheiro. “Desde 2007 eu já enterrei trinta e cinco cachorros que achei aí”, conta.
No Jardim Fluminense, foi solicitada a construção de um Ceinf, mais projetos sociais e a pavimentação do bairro. Um ano depois, o bairro continua sem Ceinf e sem asfalto.
Moradora há 6 anos do Fluminense, Luzinete Alves da Silva disse que realizou várias reuniões com moradores para tentar viabilizar o asfalto. Ela contou que inúmeros políticos visitaram a região realizando promessas, além de tentar regularizar a situação de comodato do local. “Tudo continua a mesma coisa, como dá para ver”, lamenta.
O próximo local que receberá uma sessão comunitária será o conjunto habitacional Eudes Costa, localizado na avenida Mato Grosso, no dia 23 de junho.

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